Como a hiperautomação pode transformar a realidade da sua empresa com mais produtividade e eficiência.

Hiperautomação:  saiba o que é, benefícios + exemplos de uso

Veja como a hiperautomação pode transformar a realidade da sua empresa com mais produtividade e eficiência. 

Identificada pelo Gartner como uma das principais tendências de tecnologia estratégica, a hiperautomação tem o uso de máquinas como um importante agente para facilitar tarefas repetitivas.

Esse processo torna o trabalho mais rápido e com menor propensão a erros, tornando-se uma necessidade essencial para a sobrevivência das corporações diante das demandas tecnológicas do mercado atual.

Mas, afinal, do que se trata a hiperautomação e por que ela é tão importante? Acompanhe este post para entender melhor!

O que é hiperautomação?

A automação já é conhecida e pode ser definida como o uso da tecnologia para automatizar tarefas repetitivas. A hiperautomação dá um passo à frente nesse conceito e utiliza soluções combinadas, como machine learning (ML), Robotic Process Automation (RPA), Inteligência Artificial (IA) e comunicação em rede, para tornar essa automatização ainda mais precisa e inteligente.

Como se não bastasse tornar todo esse desenvolvimento ainda mais confiável, a hiperautomação é capaz de identificar novas rotinas simples e repetitivas e criar bots para que essas tarefas sejam realizadas. Com isso, além de eliminar a necessidade da intervenção humana em tarefas de baixo valor, a tecnologia fornece dados importantes que podem ser usados para a tomada de decisões e para a melhoria dos processos internos.

A hiperautomação oferece poder e flexibilidade para automatizar setores que ainda não puderam obter os benefícios da tecnologia de automação. Como, por exemplo, os baseados em processos complexos ou que dependem da entrada de dados não estruturados.

Um breve histórico da automação

A automação está ligada à Revolução Industrial, a partir do momento em que máquinas foram criadas para tornar o trabalho mais rápido e produtivo. Já no século XVIII, na Inglaterra, podemos identificar os primeiros sinais de automação, com a criação de máquinas a vapor e teares para acelerar a produção.

Posteriormente, a 2ª Revolução Industrial ocorreu com a introdução da eletricidade no processo produtivo e a inserção do conceito de linha de produção, trazido por Henry Ford. Na 3ª Revolução Industrial, por volta dos anos 1970, deu-se início ao processo de automação parcial da produção e ao uso de  computadores como ferramentas.

Vivemos atualmente a 4ª Revolução, na qual ocorre o agrupamento de tecnologias como Internet das Coisas, Computação na Nuvem e Inteligência Artificial, que permitem uma automação ainda mais intensa e a troca de dados.

Como ocorreu a automação nos processos empresariais?

A automação empresarial refere-se à utilização de tecnologias e procedimentos para agilizar processos corporativos e aumentar a eficiência do negócio, promovendo a otimização de recursos e de tempo na realização das tarefas.

Não há como negar que a 3ª e 4ª Revolução Industrial cumpriram um papel central na automação dos processos, que tem uma história que se mistura muito com o uso do RPA (Automação Robótica de Processos) pelas empresas.

Durante a década de 90, houve a adoção do RPA para a automação da interface do usuário (UI), que se baseia no teste de vários elementos visuais das interfaces para que o usuário não encontre problemas ao trabalhar com os aplicativos.

Nos anos 2000, podemos observar a automação bancária e de seguros, na qual o RPA ocupava uma função importante para deixar funções e tarefas mais práticas e dinâmicas, reduzindo a papelada e ajudando a melhorar a conformidade.

Já na década de 2010, ocorreu a automação empresarial em massa, com uma forte adesão ao RPA. A tecnologia foi a solução ideal para reduzir despesas e promover a transformação digital de maneira fácil e acessível.

Atualmente, podemos perceber a democratização do RPA! Por meio de parcerias com provedores de serviços, a automação agora pode ser adotada inclusive por empresas de menor porte e capacidade econômica, possibilitando um grande ganho em produtividade.

Muitos profissionais gastam boa parte de seu tempo do trabalho em tarefas que poderiam ser automatizadas. Uma pesquisa realizada pela Zapier, em 2021, apontou que 90% dos entrevistados disseram que a automação de processos melhorou seu trabalho e 66% disseram ter ficado mais produtivos com a automação. 

Tendências de hiperautomação segundo o Gartner

O Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento de empresas, publicou dados que evidenciam o espaço que a hiperautomação já conquistou e como ela deve estar cada vez mais presente nos próximos anos.

Segundo a consultoria, o mercado mundial de softwares que permitem a hiperautomação deve chegar a US$ 596,6 bilhões até o fim de 2022. Os investimentos devem atingir US$ 6000 bilhões até 2024. 

Trata-se de uma tecnologia que traz exatamente o que as empresas atuais estão buscando. Ainda de acordo com o Gartner, 50% dos CEOs estão em busca de crescimento acelerado e excelência operacional. 

A consultoria ainda destaca em e-book, o case de uma empresa global de óleo e gás que tem 14 iniciativas de automação simultâneas, abrangendo a automação de tarefas direcionadas. Com isso, são industrializadas mais de 90 diferentes áreas, incluindo: 

  • processamento inteligente de documentos;
  • automação de geociência;
  • operações de perfuração de petróleo.

Decisões sobre o que automatizar são tomadas de maneira estratégica, tendo como premissa melhores resultados em qualidade, tempo de lançamento no mercado, agilidade nos negócios ou inovação.

As previsões são de que, em 2024, os gastos com hiperautomação vão elevar o custo de ownership em 40 vezes, tornando a governança adaptativa um fator de diferenciação no desempenho corporativo.

Quais são os desafios da hiperautomação?

Entre as dificuldades para a adesão completa à tecnologia, destaca-se a falta de profissionais especializados, segundo dados da pesquisa “Demanda de Talentos em TIC e Estratégia TCEM”, realizada pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom).

Segundo o relatório, as empresas de tecnologia vão precisar de 797 mil talentos até 2025. Porém, com o número de formandos abaixo da demanda, a projeção anual é de um déficit de 106 mil talentos por ano. 

Essas informações mostram como a tendência abre novos campos e oportunidades de trabalho, sendo assim um terreno fértil para os profissionais que têm interesse em atuar em tecnologia.

Vale destacar que a hiperautomação é mais do que um ganho competitivo e representa uma necessidade para a sobrevivência das corporações para os próximos anos.

Como IoT, IA e machine learning impulsionam a hiperautomação?

A automação de processos RPA, Inteligência Artificial (IA) e machine learning são o centro de habilitação da hiperautomação.

A combinação dessas tecnologias oferecem o poder e a flexibilidade para automatizar o que ainda não foi alcançado ― processos que dependem da entrada de dados não estruturados.

Enquanto a IA consegue identificar e criar bots automaticamente, também consegue gerar dados para análises por meio de medições e monitoramento.

Já os RPAs conseguem desenvolver habilidades e executar tarefas que atualmente são feitas por pessoas. Com isso, permitem que elas se concentrem em atividades de maior valor para o negócio, além de acelerar a produção, já que são capazes de trabalhar todos os dias, 24 horas por dia.

Enquanto isso, as tecnologias de reconhecimento óptico de caracteres identificam e processam documentos, capturando e classificando informações.

9 exemplos de uso da hiperautomação

A hiperautomação pode ser aplicada em diversos modelos de negócios para proporcionar resultados de acordo com as demandas de cada um. Veja aqui alguns exemplos.

1- Planos de saúde

A hiperautomação é capaz de criar processos de contas e cobranças mais inteligentes, ao coletar e consolidar detalhes vindos de vários departamentos sem a necessidade de intervenção humana.

Softwares de Inteligência Artificial e de RPA identificam as políticas e as condições de cobertura de atendimento e chatbots ficam responsáveis pela automatização do envio das cobranças.

Sistemas baseados em machine learning de reconhecimento de voz permitem a transcrição de áudios com informações, armazenando dados de milhares de casos em pouquíssimo tempo.

Como resultado, há uma melhora nas operações de back-office e no atendimento ao cliente, aprimoramento da experiência geral e mais eficiência operacional.

Confira, neste vídeo, como a implementação da tecnologia de RPA poupou mais de 7 mil horas de trabalho repetitivo na Unimed Santa Catarina. 

2- Bancos

A tecnologia traz vantagens em áreas sensíveis para os bancos, como conformidade regulatória, marketing, vendas, atendimento ao cliente, pagamentos, empréstimos e operações administrativas.

O RPA gerencia tarefas de nível inferior para que as equipes consigam atuar na tomada de decisão, melhorar os serviços de consultoria, identificar oportunidades, se antecipar a riscos e gerar relatórios em tempo real.

Com o reconhecimento inteligente de caracteres, por exemplo, os bancos conseguem melhorar seus processos e conformidade, além de transferir informações escritas para versões eletrônicas. Consequentemente, a análise e as ações são realizadas em menos tempo.

3- Call Centers

Um ótimo exemplo dos benefícios trazidos pela hiperautomação é o uso do RPA e da Inteligência Artificial em call centers para agilizar processos manuais. O objetivo é ajudar os atendentes a acessar informações sobre um cliente, hospedadas em diversos sistemas, com muita rapidez.

Quando o cliente entra em contato com a central, o operador consegue visualizar um perfil muito mais completo desse consumidor, sem precisar alternar entre uma tela e outra.

Essas atividades podem ser estendidas para outros serviços, como CRM (Customer Relationship Management) e rastreamento de encomendas.

4- Gestão de pessoas

Encontrar e contratar os profissionais ideais para uma empresa pode ser algo demorado e desgastante. Envolve uma série de etapas como divulgação da vaga, seleção de perfis, contato com os candidatos, realização de testes e entrevistas, contratação e onboarding.

Softwares de inteligência artificial e de machine learning podem auxiliar a selecionar os perfis mais adequados, de acordo com as informações fornecidas sobre as habilidades necessárias para ocupar a vaga, e com os padrões determinados para os processos seletivos anteriores.

As equipes de RH podem usar chatbots e e-mails automatizados para entrar em contato com os candidatos, além de agendar as entrevistas sem precisar da intervenção do recrutador.

Todos esses recursos, além de agilizarem muito o processo de recrutamento e seleção, também proporcionam uma melhor experiência aos profissionais, elevando a qualidade da marca empregadora.

5- Construção civil

Com o aumento de iniciativas relacionadas à sustentabilidade e à segurança dos operários, o setor de construção civil está em contato cada vez maior com diversas tendências em tecnologia. Isso inclui monitoramento por drones, impressão 3D e, claro, hiperautomação.

As empresas podem adotar bots para realizar tarefas administrativas repetitivas, enquanto softwares de IA com câmeras integradas permitem que o operador monitore equipamentos em tempo real.

6- Seguros

Por lidar com um grande volume de informações e de tarefas repetitivas, o setor de seguros é um dos mais propensos a aproveitar ao máximo os benefícios da hiperautomação.

Uma das aplicações mais críticas é o processamento de reclamações dos clientes. Com o uso de tecnologia, um grande volume de documentos pode ser avaliado e agregado. Assim, além de aumentar a precisão, é possível reduzir muito o tempo dedicado a esses processos.

Além disso, a hiperautomação proporciona maior diversidade para as fontes de informação, que podem usar geolocalização e outras referências significativas. A partir daí, as seguradoras têm mais clareza no cálculo de probabilidades de risco para cada cliente específico.

7- Relacionamento com o cliente

Com a implementação de IA no monitoramento das chamadas, é possível entender um pouco mais do perfil do cliente e oferecer um atendimento mais personalizado.

As empresas conseguem filtrar os chamados de acordo com a gravidade do problema, dando maior importância aos casos nos quais o consumidor realmente foi mais prejudicado. O que contribui para uma imagem positiva da marca.

Também há espaço para a realização de análises avançadas e identificação dos clientes com maior risco de interromperem o relacionamento com a empresa, e a partir daí adotar estratégias de encantamento.

Com o uso desses recursos, os negócios conseguem melhorar a retenção de clientes e, quem sabe, transformá-los em defensores da marca.

8- Proteção contra fraudes

O aumento significativo de atividades fraudulentas tornou-se motivo de preocupação. À medida em que os pagamentos on-line se tornam mais frequentes, as empresas precisam se preparar para reduzir riscos.

Para isso, o uso de IA, machine learning e bots de RPA são capazes de monitorar sinais suspeitos e interromper a atividade, evitando problemas futuros.

Esses bots conseguem coletar e interpretar dados interligados do cliente, realizar ações de confirmação após pagamento, entre outras medidas protetivas.

9- Contas a pagar

Os processos de contas a pagar são repetitivos e demorados, podendo levar a atrasos ou inadimplência. A hiperautomação permite padronizar os formatos das faturas e consolidar os dados disponíveis em um único sistema.

Tecnologias de reconhecimento ótico e de extração de dados facilitam o recebimento e o pagamento dessas contas, sem precisar da intervenção externa.

Benefícios da hiperautomação para as empresas

A otimização do trabalho proporcionada pela hiperautomação é o primeiro benefício que a tecnologia oferece. Há uma série de outros ganhos decorrentes desse processo capazes de fazer a diferença para as corporações.

Conheça os principais benefícios da hiperautomação:

Aceleração de trabalhos complexos

Com a hiperautomação, os profissionais estão livres para utilizar o raciocínio humano na solução de problemas que realmente exigem maior dedicação e utilização de diversas habilidades.

Essa tecnologia proporciona uma via de alta velocidade na condução dos negócios e na realização das transformações necessárias, abrindo espaço para uma contribuição ativa das pessoas.

Força de trabalho digital inteligente

Um dos principais ganhos que a hiperautomação traz, como consequência de uma automação melhorada, é a construção de uma força de trabalho digital, porém inteligente e que atua como agentes de mudança.

Ou seja, em vez de perder tempo com atividades repetitivas, essas tarefas são realizadas pela hiperautomação, capaz de lidar com um grande volume de dados estruturados e não estruturados, descobrir processos e novas possibilidades de automação.

Com isso, os gestores conseguem aproveitar a força de trabalho humana de maneira consciente, para que o raciocínio dessas pessoas seja aplicado com estratégia.

Redução de custos operacionais

Segundo o Gartner, até 2024 as empresas sofrerão uma redução de 30% nos gastos das operações, graças à combinação de tecnologias de hiperautomação com processos operacionais repensados.

Esse ganho traz uma oportunidade valiosa de crescimento, já que as empresas podem usar o valor para investir em novos produtos e serviços.

Melhora da satisfação dos funcionários

Com um ambiente de trabalho inteligente e de oportunidades, os colaboradores tendem a ficar mais engajados, utilizando suas habilidades de diversas maneiras para que as metas sejam alcançadas da melhor forma possível.

Tarefas repetitivas costumam ser enfadonhas e levam os profissionais a ter uma alta rotatividade, em busca de melhores oportunidades.

Uniformidade

Os processos hiperautomatizados tendem a ser realizados da mesma maneira, o que traz uma maior uniformidade, ou seja, os resultados devem ser sempre os mesmos. Quando forem necessárias mudanças, bastam ajustes nas ferramentas utilizadas.

Isso dá previsibilidade à empresa, um ponto importante para um planejamento corporativo de sucesso.

Precisão

Assim como traz maior uniformidade, a hiperautomação proporciona maior precisão, reduz a incidência de erros e diminui a necessidade de refazer tarefas. Esse cenário  gera maior produtividade e resultados próximos dos estimados.

Melhora do ROI

O ROI (Retorno Sobre Investimento) é superior com a aplicação da hiperautomação, já que as tecnologias envolvidas não são só utilizadas para melhorar os processos atuais, como ajudam a identificar gargalos e oferecem outras possibilidades de automação.

Com isso, sua empresa consegue ter um retorno muito maior em diversos processos, obtém ganhos em produtividade e reduz custos.

Mais do que uma tendência futura, a hiperautomação é necessária e vai fazer toda a diferença para a sua empresa. Assim como a digitalização transformou processos e tornou tudo mais rápido, a hiperautomação é mais uma etapa de crescimento proporcionada pela tecnologia.

Para saber mais ainda sobre o assunto, confira o post com 4 dicas para escolher um software RPA para o seu negócio.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *